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Integração Sensorial

 

É comum para aqueles com uma perturbação do espetro Autista apresentarem dificuldades em processar estímulos sensoriais. Por vezes os estímulos exteriores podem ser sentidos com muita intensidade - hipersensitividade - ou podem ser levemente sentidos - hiposensitividade. Esta condição é denominada como dificuldade de integração social.

 

Os sentidos são a forma como percebemos e interagimos como o mundo. Por isso, dificuldades sensoriais afetam profundamente a vida de quem sofre desta condição. Quando as dificuldades sensoriais não conhecidas, os comportamentos consequentes não são compreendidos, o que pode causar frustração aos pais, professores, tutores e outros familiares. Compreender o comportamento Autista, significa compreender que o mundo é sentido de forma muito diferente, mais intensa ou difusa. Para cooperar com estes comportamentos desadequados tente ver o mundo através dos olhos da criança.

 

Hiper e hipo Sensibilidade

Hiperssensibilidade

A hipersensibilidade provoca comportamentos que têm como objetivo evitar os estímulos sensoriais.

Alguns destes comportamentos podem ser:

  • tapar os ouvidos;

  • encolher o corpo;

  • evitar contato físico;

  • evitar tecidos ou alguns alimentos;

  • frequentemente causa indisposição ou vómitos;

  • movimentar-se de forma estranha.

A hipersensibilidade pode mesmo provocar dor física sendo por isso importante encontrar formas de cooperar com esta condição o que pode passar por evitar determinados estímulos (usar óculos de sol, determinados tecidos, luvas, proteções para ouvidos, etc).

 

Hipossensibilidade

A hipossensibilidade faz com que sejam procurados estímulos muito intensos. Os comportamentos que daí advém podem ser:

  • Pouca coordenação motora e pouco equilíbrio;

  • Dificuldades em identificar objetos.

  •  

Os sete sentidos

Possuímos 7 sentidos: visão, audição, olfato, tato, paladar, equilíbrio e proprioceção. Todos estes sentidos são captados por milhares recetores no nosso corpo e interpretados pelo nosso cérebro, normalmente, de forma automática.

 

O nosso comportamento é uma resposta a estes estímulos interpretados pelo cérbero, tomando a forma de pensamentos, sentimentos ou respostas motoras. Na situação de dificuldade de integração social, o mundo exterior é interpretado de forma diferente, causando ansiedade, stress e por vezes dor, desencadeando os comportamentos que nos parecem desadequados.

 

Os pais podem minimizar os desconfortos sensoriais em alguns casos. No caso de crianças muito novas ou com dificuldades de comunicação torna-se difícil entender a origem destes desconfortos. É por isso importante estar atento e tentar várias formas de lidar com as situações, até encontrar aquelas que funcionem.

 

Estas estratégias passam por evitar os estímulos que causam desconforto, como luzes, sons, tecidos, alimentos ou por proporcionar estímulos mais intensos.

 

Há casos no entanto onde não é possível eliminar os estímulos que causam desconforto. Nestes casos a estratégia a adotar é tornar esses estímulos gradualmente toleráveis através de técnicas comportamentais.

 

Sentido Hipersensibilidade Hipossensibilidade
Visão
  • A visão é mais precisa do que o normal o que pode desencadear medo se há luzes repentinas ou desconforto na presença de luzes brilhantes ou pela luz do sol. As cores podem também, além de desconforto, causar dor;

  • A visão é distorcida, isto é, os objetos e luzes parecem saltitar;

  • Imagens fragmentadas;

  • Concentram-se em detalhes de um objeto e não no objeto globalmente.

  •  

    Para ajudar a cooperar com a hiperssensibilidade visual, de forma geral, devem-se controlar sempre que possível os ambientes de forma a evitar luzes intensas. As luzes fluorescentes podem ser substituídas por lâmpadas coloridas, as cortinas devem ser preferencialmente opacas e escuras e deve tentar criar na sala de aula uma ambiente que bloqueie distrações visuais.

  • Os objetos parecem escuros e os seus limites são difusos;

  • O objeto é aumentado mas os detalhes periféricos são desfocados;

  • Fraca percepção de profundidade que se verifica pela incapacidade ou dificuldade no arremesso de objetos ou em os apanhar.

  • Audição
  • Ruído de fundo pode ser aumentado;

  • Sons podem-se tornar distorcidos e modulados;

  • Podem ser ouvidas conversas à distância;

  • Incapacidade de ignorar sons, como ruído de fundo;

  • Incapacidade de filtrar sonos, isto é, todos os sons e pequenos ruídos são ouvidos ao mesmo tempo.

  •  

    Como consequência, observam-se determinados comportamentos como tapar os ouvidos, encolher o corpo na presença de certos sons, irritabilidade e ansiedade e medo de certos sons.

  • Gostam de estar em locais com barulho como perto de pessoas que conversam, ouvir música alto, e de barulhos de aspiradores, sirenes, entre outros;

  • Produzir barulhos ao bater com brinquedos ou outros objetos;

  • Gritar;

  • Podem não conseguir compreender o que lhes é dito.

  • Quando se torna difícil comunicar oralmente, pode-se optar por formas de comunicação não verbal, como por cartões com imagens.

    Tato
  • O tato pode ser desconfortável ou doloroso, o que faz com que estas pessoas evitem ser tocadas, afetando relações com outros;

  • Têm dificuldades a escovar os dentes ou o cabelo;

  • Não gostam das texturas de alguns tecidos nem de alguns alimentos;

  • Não gostam de usar roupas ou adereços nas mãos e nos pés (meias, sapatos, luvas etc);

  • Podem preferir cabelo curto devido ao desconforto que o cabelo causa na pele;

  • Não gostam de toques suaves, preferindo toques firmes e fixos;

  • Evitam ter as mãos sujas;

  • Manipulam objetos com um dedo ou com a ponta dos dedos.

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    As pessoas hipersensíveis ao tato sente-se mais confortáveis se forem elas a iniciar o contacto (como um abraço) ou se conseguirem antecipar que vão ser tocadas, devendo por isso lhes ser comunicado que vão ser tocadas, pedido permissão para tal. Deve apresentar-se à pessoa sempre pela frente, para não criar situações inesperadas. Deixe qua algumas atividades, como escovar o cabelo e os dentes seja feita pela própria pessoa. Para que se habitue a novas texturas, introduza gradualmente objetos diferentes, tendo uma caixa com vários objetos disponível.

  • Seguram objetos com muita força para ter a certeza de que os estão a segurar;

  • Têm um limiar de dor muito elevado (normalmente não sentem dor);

  • Podem provocar lesões a si próprios;

  • Gostam de objetos pesados em cima de si.

  • Paladar
  • Não gostam de muitos alimentos por sentirem os sabores de forma muito intensa;

  • Não gostam da textura de alguns alimentos que causam desconforto preferindo muitas vezes alimentos moles (puré de batata, gelados);

  • Evitam experimentar novos alimentos.

  • Gostam de comidas muito picantes;

  • Comem tudo, mesmo não-alimentos como areia, relva e plasticina.

  • Olfato
  • Os cheiros são mais intensos e até mesmo avassaladores;

  • Podem ficar frequente e facilmente enjoados;

  • Não gostam de estar perto de pessoas com cheiros intensos de perfumes, champos, cremes etc.

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    Para cooperar com a hiperssensibilidade deve evitar produtos com cheiros e ambientes sem fragrâncias. Opte por comprar produtos não perfumados (champô, gel de banho etc).

  • Podem não ter olfato e por isso não sentem odores intensos, incluindo os do seu próprio corpo;

  • Podem querer lamber objetos para os compreender melhor.

  • Para cooperar com a hipossensibilidade, pode usar produtos com cheiros intensos e agradáveis para lhes retirar a atenção de cheiros desagradáveis.

     

    Para maximizar a reabilitação o seu filho, peça ajuda a familiares e amigos, mas principalmente a profissionais. É importante que todos sejam integrados para possibilitar o melhor conforto ao seu filho.


    Última atualização: 10/11/15