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Audição

 

“Era como se eu fosse surda. Nem mesmo um barulho forte e repentino me conseguia assustar ou fazer-me sai do meu mundo. Mas quando estava no mundo das pessoas, era extremamente sensível a ruídos… era para mim um pesadelo de sons, agredindo os meus ouvidos e a minha própria alma” (GRANDIN & SCARIANO, 1999)

 

A audição é o sentido que nos permite interpretar as ondas sonoras. Através da audição apendemos a falar, sendo por isso crucial para a comunicação verbal e social.

 

O ouvido, o orgão que capta os sons, divide-se em ouvido interno e ouvido externo, ligados através do canal auditivo. No ouvido interno também se encontram estruturas responsáveis pelo equilíbrio, pelo que dificuldades auditivas podem também interferir no equilíbrio. O som é ampliado e transmitido ao cérebro através do nervo auditivo. É o cérebro que interpreta os sons, ou seja, que lhes dá significado.

 

Hipersensibilidade

As dificuldades sensoriais auditivas hiperssensíveis pode ocorrer de três formas:

  • Hiperacusia: sensibilidade excessiva a sons de baixa ou moderada intensidade, para qualquer frequência (sons graves ou agudos). A audição das pessoas com hiperacusia é normal, estando a sua origem numa alteração no processamento dos sons e manifesta-se pela sensação de desconforto;

  • Fonofobia: neste caso o desconforto tem origem no significado ou na associação dos sons. A audição das pessoas com fonofobia é normal, estando a sua origem no aumento das conexões entre os sistemas auditivo e sistema límbico (sistema responsável por emoções e por comportamentos sociais).

  • Recrutamento: perda auditiva sensorio-neural periférica, cuja causa está na redução dos elementos sensoriais do ouvido interno.

A hipersensibilidade não se refere a uma capacidade auditiva extraordinária, ou seja, os limites ou limiares auditivos são normais mas a tolerância aos sons não é. A hipersensibilidade tem origem numa resposta emocional aos sons e não está relacionada com características fisiológicas.

 

Embora muitos pais e professores relatem o desconforto sentido pelos seus filhos na presença de certos sons, que não são particularmente altos nem agudos, em experiências controladas não se verificam as mesmas respostas. Quando os sons são ouvidos fora do seu contexto natural, as respostas comportamentais desadequadas deixam de se verificar.

 

Como é sentida

  • Ruído de fundo pode ser aumentado;

  • Sons podem-se tornar distorcidos e modulados;

  • Podem ser ouvidas conversas à distância;

  • Incapacidade de ignorar sons, como ruído de fundo

  • Incapacidade de filtrar sonos, isto é, todos os sons e pequenos ruídos são ouvidos ao mesmo tempo.

Comportamentos associados

  • Tapar os ouvidos;

  • Encolher o corpo na presença de certos sons;

  • Irritabilidade e ansiedade;

  • Medo de certos sons.

Consequências

  • Tonturas, indisposição;

  • Dificuldades de concentração e perturbações do sono;

  • Os mecanismos aprendizagem e de atenção podem se tornar preferencialmente físicos e menos sociais;

  • Alterações no desenvolvimento da linguagem: em estudos realizados não houve correlação entre as capacidades cognitivas e as capacidades de linguagem, o que reforça a ideia de que as dificuldades de aprendizagem no caso da linguagem não estão relacionadas com défices cognitivos.

  • Alterações de aprendizagem de capacidades complexas: alterações em processos simples impedem diretamente o desenvolvimento de capacidades complexas

Como ajudar

 

Uma das estratégias utilizadas é minimizar a quantidade de sons que irão provocar comportamentos negativos. Estas estratégias podem passar pelo uso de tampões, por criar ambientes calmos, evitar sons repentinos como por exemplo manter portas e janelas fechadas. É importante preparar a pessoa quando se aproximam de um local barulhento.

 

Tento em conta a origem do desconforto, outra estratégia é alterar as respostas emocionais ao som. Este processo chama-se dessensibilização. O modo como se atua é ir introduzindo sons gradualmente entre obstáculos, como portas, e ir diminuindo a distância à medida que os sons são tolerados, mantendo um sistema de recompensas quando acontece.

 

Hipossensibilidade

A hipossensibilidade caracteriza-se pela ausência de respostas aos sons. Neste caso, vão ser procurados estímulos sonoros intensos. A hipossensibilidade não tem origem em estruturas fisiológicas danificadas, mas é no entanto aconcelhavel que leve o seu filho ao médico caso este não responda aos sons.

 

Comportamentos

  • Gostam de estar em locais com barulho, como perto de pessoas que conversam, ouvir música alto, aspiradores, sirenes, entre outros;

  • Produzir barulhos ao bater com brinquedos ou outros objetos;

  • Gritar;

  • Podem não conseguir compreender o que lhes é dito

Como ajudar

 

Quando se torna difícil comunicar oralmente, pode-se optar por formas de comunicação não verbal, como por cartões com imagens.